quinta-feira, 17 de abril de 2014

Resumo do Livro: Um Povo Chamado Batista


Neste texto será apresentado o resumo do livro “Um povo Chamado Batista” do pastor Zaqueu Moreira de Oliveira. Como o mesmo ressalta em sua apresentação, este livro surgiu como uma necessidade do povo batista em conhecer sua história. Conhecer de forma aprofundada e não superficial. O autor nos fornece, não somente um aspecto do surgimento dos batistas, mas todo o seu contexto histórico abordando desde o período anterior à reforma protestante até o momento do surgimento. Daí em diante o autor parte para a expansão dos batistas, com seus feitos e influência no mundo todo.
Apesar de o autor ter seu ponto de vista bem definido no livro, ele nos fornece também os outros pontos com suas argumentações para analise crítica dos seus leitores.


No primeiro capítulo do livro, o autor faz um apanhado de informações da história da igreja. No final do século XIII foi considerado o século áureo da igreja romana. Foi o tempo em que surgiu o escolasticismo com Tomás de Aquino e outros teólogos da igreja romana. Também houve concílios em que foi aumentado os poderes dos líderes romanos, especificamente, do papa. Mas após este período viria o pior para a igreja romana com o chamado cativeiro babilônico da igreja e o cisma papal. A partir daí a igreja romana foi se degradando cada vez mais, com uma moral baixa dos cleros e muitos escândalos, até por papas. Isso levou o povo a ter um desejo profundo e verdadeiro por reforma. Então nos séculos XIV e XV surgiram os primeiros reformadores, João Wycliffe, na Inglaterra e João Huss na Boêmia. Cada um deles teve seu papel fundamental para a reforma protestante com Martinho Lutero e os outros. Com a reforma protestante iniciada com Martinho Lutero, iniciou-se uma onda de reformas. Depois de Lutero, Zwinglio e Calvino, assim como dos anabatistas a da reforma Anglicana e seus dissidentes o mundo já não era o mesmo. Foram muitas as contribuições dos reformadores para as pessoas que careciam do conhecimento de Deus. E dessas contribuições os batistas também são herdeiros, conforme ressalta o autor.
No segundo capítulo o autor começa a trazer-nos uma luz sobre a história dos batistas a partir dos dissidentes originários da reforma anglicana. Segundo Zaqueu, embora esses dissidentes tivessem recebido influências dos remanescentes anabatistas, eles vieram diretamente dos separatistas ingleses. Conforme o autor nos mostra, existem três teorias sobre a origem doa batistas, a sucessionista ou JJJ, a da continuidade e a da providência. Após o autor relatar as três teorias e argumentar a favor da teoria da providência, ele começa a fazer um desenrolar do surgimento a partir da igreja separatista de John Smyth.  Um pastor anglicano que tornou-se puritano e mais tarde separatista. Uniu-se a Tomás Helwys um advogado desejoso pelas coisas concernentes a Deus. Após a grande perseguição fomentada por Tiago I, a congregação de John Smyth e Tomás Helwys emigraram para a Holanda onde havia liberdade religiosa para os protestantes. Smyth estudando a fundo as escrituras viu que o batismo infantil não era bíblico o que o levou a batizar-se e batizar toda a sua congregação. Houve uma discussão entre os dois líderes batistas que resultou na separação dos dois. Após a morte de Smyth um grupo uniu-se a Tomás Helwys e o mesmo se se tornou pastor. O autor ressalta bastante um dos princípios batistas mais nobres, a liberdade religiosa, uma bandeira que sempre foi levantada pelos batistas em todo o mundo. Tanto Smyth como Helwys defenderam este princípio e escreveram sobre. Os batistas, logo no seu início, tiveram uma divisão entre batistas gerais e particulares. Onde cada um deles tiveram suas contribuições para o crescimento do evangelho por meio dos batistas.
No terceiro capítulo o autor nos mostrando a expansão dos batistas, especificamente, na Inglaterra, valendo salientar as confissões de fé, e mais uma vez a luta por liberdade religiosa que foi outro fator positivo na atuação dos batistas na Inglaterra. Mas em um certo período de tempo houve uma acomodação tanto dos batistas gerais como dos particulares, em que deixaram a Grande Comissão de lado. Até que houve um avivamento que se espalhou pela Inglaterra e Estados Unidos e chegaram aos batistas. Foi aí que se levantou um jovem que foi um instrumento de Deus para o avivamento batista. Guilherme Carey e André Fuller que eram batistas particulares iniciaram o movimento de missões modernas e levantaram mais uma vez os batistas. A partir daí os batistas chegaram a várias partes do mundo, como o autor mostra no capítulo quatro os batistas nos Estados Unidos e inclusive no Brasil.
No capítulo cinco, o autor irá abordar o surgimento dos batistas no Brasil. Segundo o autor Zaqueu, do mesmo modo que houver confusão acerca do surgimento dos batistas no mundo, no Brasil também não foi diferente. O mais debatido é sobre a primeira igreja batista em solo brasileiro, uma briga entre São Paulo e Bahia, como as duas primeiras igrejas batistas do Brasil. Depois do autor abordar sobre os primeiros protestantes no Brasil, ele passa para os primeiros batistas o Brasil. Mesmo diante de muitas dificuldades, como a falta de missionários e pessoas capacitadas para falar o idioma do povo, os batistas brasileiros não desanimaram de pregar o evangelho para o povo brasileiro. Depois de muitas lutas, foram fundadas várias igrejas batistas, colégios, seminários Convenção e etc.
No último capítulo do livro, o autor lista os princípios batistas, separando-os em princípios básicos da reforma, princípios universais e princípios específicos da convenção batista brasileira.

Conclusão
A leitura deste livro é de grande valia para todos aqueles que querem realmente saber sobre a origem dos batistas de forma concreta e com bases históricas verdadeiras. Além de conhecer a origem em si, os leitores também são instigados a conhecerem o contexto histórico deste surgimento. Adquirindo assim, uma base sólida para seu conhecimento e consequentemente para defender sua fé no sentido institucional.



BIBLIOGRAFIA

OLIVEIRA, Zaqueu Moreira de . Um Povo Chamado Batista. Recife 2011. Editora Kairós. 2ª edição.


Teoria da Origem dos Batistas e Sua Expansão


Neste resumo serão abordadas as teorias da origem dos batistas até o momento de sua expansão. Quanto à história em si, vale fazermos uma pergunta em relação ao estudo: Por que estudar a história dos Batistas? Será importante gastarmos tempo para estudarmos sobre este assunto?
Podemos listar, no mínimo, três motivos pelos quais devemos estudar a história dos batistas. Primeiro, conheceremos como e de onde surgimos o que é de muita importância, pois, através disso, saberemos sobre os principais motivos de luta dos batistas, como a liberdade religiosa. Conheceremos também como foram gerados os princípios batistas em que nós cremos. Iremos manter nossa identidade sem abrir mão de nossa história. Valorizaremos nossa denominação dando crédito à história e poderemos passar isso para todos os membros de nossas igrejas para que haja coesão no rebanho.

Teoria da Origem dos Batistas

            Sobre a história dos batistas temos três teorias. A primeira teoria é a chamada de sucessória ou JJJ (referencia a Jordão, João, Jerusalém). Segundo esta teoria os batistas vieram desde João Batista quando este batizava as pessoas no rio Jordão. Colocando assim, a origem dos batistas antes mesmo dos apóstolos e do próprio Jesus. A ideia é que os batistas começaram a existir no rio Jordão, com João Batista, quando este batizou Jesus. Historiadores como Orchard, Cramp e Cathcart a defendam e ela tem muitos seguidores. Esta teoria tenta ligar os batistas com João Batista e Jesus e traça uma linhagem espiritual e teológica daqueles tempos até o surgimento da primeira igreja batista no mundo.  Esta teoria foi rejeitada pelos primeiros batistas, mas se tornou popular nos Estados Unidos no século XIX, com o movimento denominado landmarkista. Este afirmava que só os batistas são cristãos, rejeitando o relacionamento ou atividades em conjunto com outros grupos, mesmo evangélicos. Essa posição partia do argumento de que há uma sucessão de batistas desde o primeiro século, sendo popularizada por um livro que foi traduzido para o português com o nome de Rasto de sangue.
            Mas esta teoria é vazia de evidências históricas, o que já traz um grande problema para os defensores dela. Pois, uma vez que, não há evidências qualquer um outro grupo poderia reivindicar para si esta teoria. Outro problema com essa teoria é que o batismo praticado por João no Rio Jordão é diferente do batismo praticado pela igreja. Há diferença na simbologia do batismo.
            A segunda teoria sobre a história dos batistas é a teoria anabatista ou da continuidade. Essa teoria afirma que os batistas não são protestantes, ou seja, não vieram da reforma, mas já existiam antes mesmo da reforma iniciada por Lutero. Mas vieram dos anabatistas (rebatizadores), um grupo de crentes que desde que a igreja romana desviou-se da verdade, apartaram-se dela e buscavam viver o que a Palavra ensinava. Entre esses grupos podemos destacar os montanistas, donatistas, novacianos, albigenses e valdenses. É feito um desenrolar histórico colocando os batistas de hoje como remanescentes destes grupos anabatistas do passado.
            O grande problema em relação a essa teoria é que os anabatistas não acreditavam na natureza humana de Cristo. Para eles Cristo era um espírito e não havia nascido de uma mulher. E seu radicalismo era muito grande, ao anabatistas viviam em comunidades, afastados das pessoas e devido a isso não havia a pregação do evangelho as pessoas.
A terceira teoria é a mais aceita academicamente, coloca a origem dos batistas no século XVII, como um grupo vindo dos separatistas e puritanos ingleses. A origem dos batistas historicamente é ligada aos dissidentes ingleses, ou movimentos de anticonformismo do século XVI. O movimento batista surgiu na colônia inglesa na Holanda, num tempo de reforma religiosa intensa. A primeira igreja batista nasceu quando um grupo de refugiados ingleses que foram para a Holanda em busca da liberdade religiosa em 1608, liderados por John Smyth, um clérigo e Thomas Helwys, um advogado, organizaram em Amsterdã, em 1609 uma igreja de doutrinas batistas. John Smyth discordava da Igreja Anglicana da qual ele era pastor após uma aproximação com os menonitas e, examinando a Bíblia, creu na necessidade de batizar-se com consciência e em seguida batizou os demais fundadores da igreja, constituindo-se assim a primeira igreja batista organizada. Até então, o batismo não era por imersão, só os batistas particulares, por volta de 1642, adotaram oficialmente essa prática tornando-se comum depois a todos os batistas. A primeira confissão dos particulares, a Confissão de Londres de 1644, também foi a primeira a defender o imersionismo no batismo.
Depois da morte de John Smyth e da decisão de Thomas Helwys e seus seguidores de regressarem para a Inglaterra, a igreja organizada na Holanda desfez-se e parte dos seus membros uniram-se aos menonitas. Thomas Helwys organizou a Igreja Batista em Spitalfields, nos arredores de Londres, em 1612. A perseguição aos batistas e a outros dissidentes ingleses, fez com que muitos emigrassem. O mais famoso foi John Bunyan, que escreveu sua obra-prima O Peregrino enquanto estava preso. Nos Estados Unidos, a primeira igreja batista nasceu através de Roger Williams, que organizou a Primeira Igreja Batista de Providence em 1639, na colônia que ele fundou com o nome de Rhode Island, e John Clark que organizou a Igreja Batista de Newport, também em Rhode Island em 1648. Em terras americanas os batistas cresceram principalmente no sul, onde hoje sua principal denominação, a Convenção Batista do Sul, conta com quase 15 milhões de membros, sendo a maior igreja evangélica dos Estados Unidos.
Em 1791, um jovem pastor inglês chamado William Carey criou a Sociedade de Missões no Estrangeiro, para dar suporte no envio de missionários, sendo a Índia o primeiro campo missionário.
As Igrejas Congregacionais Americanas enviaram Adoniram e Ana Judson em 1812, para evangelizar a Índia, com destino a Calcutá. O casal encontrou-se com o missionário batista William Carey e seu grupo de pastores, e aceitou a doutrina de imersão dos batistas e foram batizados pelo Pastor William Ward. Outro missionário congregacional, também enviado a Índia, Luther Rice tornou-sebatista. Os Judsons permaneceram na Birmânia, atual Myanmar, e Luther Rice voltou aos Estados Unidospara mobilizar os batistas para a obra missionária.
Consequentemente em maio de 1814, foi fundada uma Convenção em Filadélfia com o nome de "Convenção Geral da Denominação Batista nos Estados Unidos para Missões no Estrangeiro". Desde então missionários batistas foram enviados à América Latina, África, Ásia e Europa.

Conclusão
       Diante do exposto acima, fica muito difícil para alguém sustentar as duas primeiras teorias. A falta, principalmente, de evidências históricas já as desclassificam. Fica claro e evidente que os batistas surgiram mesmo com John Smyth e Thomas Helwys que vieram dos puritanos e separatistas ingleses. E também podemos perceber que entre os dois grupos de batistas, os gerais e particulares, estes últimos sempre foram os precursores da identidade batista. E que também fizeram grandes obras para o Reino de Deus. Os batistas não vieram de João Batista no Jordão e nem dos anabatistas. E isso, de forma alguma, pode de maneira alguma diminuir as credenciais desse povo chamado batista. Pois toda a doutrina e vida desse povo vêm diretamente dos ensinos de Cristo e dos apóstolos. Os batistas fizeram e continuam fazendo a diferença no mundo

 
BIBLIOGRAFIA

OLIVEIRA, Zaqueu Moreira de. Origem dos Batistas. Disponível em:< http://www.zaqueu.net/news.php?readmore=3>. Acesso em: 20 de Jan. de 2013.
PORTAL BATISTA. Somos QUEM Como Batista. Disponível em:< http://www.batistas.com/index.php?option=com_content&view=article&id=19&Itemid=12>. Acesso em: 20 de Jan. de 2013.
PORTAL BATISTA. Somos QUEM Como Batista. Disponível em:< http://www.batistas.com/index.php?option=com_content&view=article&id=19&Itemid=12>. Acesso em: 20 de Jan. de 2013.
OLIVEIRA, Oséas Costa . Origem dos Batistas. Disponível em:< http://solascriptura-tt.org/EclesiologiaEBatistas/OrigemBatistas-OCOliveira.htm>. Acesso em: 20 de Jan. de 2013.