segunda-feira, 23 de novembro de 2015

Exposições no Evangelho de Mateus - 5ª Mensagem 3.1-12

TÍTULO: O ARAUTO DO REI

TEXTO: Mateus 3.1 - 12

INTRODUÇÃO: O nascimento e a primeira infância de Jesus indicam a legitimidade de Suas reivindicações de messianidade e governo em Israel (1.1 - 2.23).
A preparação de Jesus para Seu ministério público envolveu Sua anunciação ao povo pelo precursor, Sua aprovação pelo Pai, e um ataque pelo inimigo - todos voltados para expressar Sua qualificação para a tarefa messiânica (3.1 - 4.11).

GRANDE IDEIA: O ministério de João Batista anuncia a aparição do Messias e convoca a nação ao arrependimento como preparação para a chagada Reino dos céus.


TRANSIÇÃO: O ministério de João Batista consistia em anunciar uma mensagem...

PONTO 1 – João batista trazia uma mensagem de arrependimento preparando o coração do povo para o Messias (1 - 6).

A) EXPLICAÇÃO:
            1. João Batista apareceu pregando no deserto das Judéia. João é chamado de Batista porque batizava as pessoas. Ele estava no deserto. Existia um grupo chamado de essênios. Era um grupo de ascetas judeus que existiu de II A. C. a II D.C. Foram encontrados com os manuscritos do Mar morto, alguns documentos desse grupo, como um Manual de Disciplina que fornecem detalhes sobre a vida, prática e ideias deles. Alguns aceitam que João Batista estava entre esse grupo, devido às práticas ascetas semelhante. Mas o fato é que no Novo Testamento não dá informação quanto a isso, portanto, não há como ter certeza deste fato.
            2. A mensagem de João era de arrependimento. Essa palavra indica uma mudança de opinião e de atitude que pode muito bem levar a uma aflição profunda por causa do pecado. Mas a ideia principal é uma mudança na maneira de pensar, que transforma a vida da pessoa.
            Por que João estava pregando o arrependimento? Porque era chagado o Reino dos céus. O Reino dos céus significa a implantação do Reino celestial de Deus na terra por intermédio de Jesus Cristo. Mateus usa muito essa expressão como Reino dos céus e Reino de Deus.
            No verso 3 Mateus vai mostrar que João era aquele que havia sido designado por Deus para “Preparar o caminho do Senhor e endireitar as suas veredas”.
Esse versículo faz alusão a pratica dos reis orientais. Muitas vezes arautos eram enviados a preparar as estradas para a chegada do rei. Os arautos melhoravam as estradas velhas e construíam estradas novas. Às vezes era necessário remover pedras que os agricultores jogavam nos caminhos, depois de arrancá-las da terra. Todos os arautos tinham a tarefa de elevar certas porções das estradas e rebaixar outras, isto e, aplainavam o terreno. Lucas cita algo mais no seu versículo paralelo (3:4-6).
            No verso 4 vemos que João se vestia com pele de camelos e sua comida era a base de Gafanhotos. Diversos escritores antigos concordam em que o povo pobre comia gafanhotos, e assim não se pode aceitar a interpretação de que eram gafanhotos simbólicos.
            5. “Iam ter com ele Jerusalém, e toda a Judeia, e toda a província adjacente ao Jordão” É grande a implicação destas palavras. Não se refere apenas a indivíduos dos lugares vizinhos, mas de diversos distritos, de todas as cidades dos mesmos. Lucas diz multidões (Luc. 3:7). Naqueles tempos um profeta era fenômeno raro, e naturalmente motivava intensa atração. Marcos diz todos os habitantes de Jerusalém, o que mostra que ate a capital foi atingida, embora fosse difícil de ser atingida com tais movimentos.
            6. “Eram por ele batizados”. Provavelmente o batismo foi por imersão, segundo o costume judaico. A imersão era símbolo da purificação do corpo inteiro. Os convertidos ao judaísmo recebiam o rito. O fato da necessidade de João escolher um local onde houvesse um rio indica também o modo de batismo.
Lemos, sobre a seita dos essênios, que o rito era necessário ao convertido, sendo reputado símbolo da purificação do pecado. O batismo de João não era nem o batismo cristão e nem, diretamente, um batismo judaico, mas foi um batismo dos essênios, segundo a tradição deles, que no principio tomaram de empréstimo o rito dos judeus. João fez a aplicação do rito a si mesmo, para indicar o arrependimento, como preparação para o recebimento do Messias e o estabelecimento do reino de Deus na terra.
Os judeus costumavam batizar os gentios que abraçavam o judaísmo. Joao tratava os judeus como gentios, exigindo que se arrependessem, para então receberem o sinal do batismo, sem importar-se se eram descendentes de Abraão e tivessem privilégios religiosos da nacionalidade. O simbolismo do seu batismo era a purificação dos pecados. A principal ideia simbólica do batismo cristão e a identificação com Cristo, nas realidades espirituais de sua morte e ressurreição.
            “Confessando os seus pecados” A confissão pessoal de pecado era uma novidade em Israel, a despeito do costume da confissão como nação, realizada em dias especiais, como o dia da expiação. (Ver Num. 5:7). Mais tarde a confissão pessoal passou a fazer parte do rito cristão, e assim o rito de João participou da formação do caráter do rito cristão.

B) APLICAR:
            João pregava o que Deus havia ordenado a ele. A necessidade de arrependimento. É necessário que haja arrependimento em nossos corações para fazermos parte do Reino de Deus. O arrependimento é uma obra de Deus em nossas vidas como parte do plano de salvação. A igreja deve continuar pregando a mensagem de arrependimento e desejar ver isso nas vidas das pessoas. Se não, estaremos criando igrejas cheias de pessoas egocêntricas que não reconheceram seus pecados e nunca se arrependeram deles.
            De certa forma, a igreja precisa preparar o coração das pessoas para o Messias. Essa era a função de João e também é da igreja. As pessoas precisam conhecer Jesus e Seu Evangelho e nós conhecemos. Devemos sair e pregar o Evangelho, nas cidades e nos desertos também. Onde estiverem pessoas, devemos ir.
            João Batista era pobre, se vestia como um e se alimentava como pobre, mas a pobreza não é motivo para limitar a ação de Deus. Muitos pregam que somos obrigados a ser ricos e muitas pessoas caem nessa doutrina do diabo. Estão ganhando o mundo, porém, perdendo as suas almas.
            A mensagem de João chamava a atenção das pessoas. O que deve chamar a atenção das pessoas não são nossas roupas, riquezas ou sermos populares. Mas é a mensagem que levamos. A mensagem de Deus. (Mateus 11. 7 – 11).
            João batizava e as pessoas arrependidas confessavam seus pecados. Deus agia através dele. Devemos ser fieis a Deus para ver seu agir entre nós. Devemos nos colocar a disposição de Deus para sermos usados, assim como João Batista.

Repetir a TESE: O ministério de João Batista, o precursor prometido, anunciava a aparição do Messias e convocava a nação ao arrependimento como preparação para o Reino.

TRANSIÇÃO: João Batista aprofundava o conceito de arrependimento e contrariava a elite religiosa de Israel.

PONTO 2 – João Batista trazia uma mensagem que requeria arrependimento que causava uma transformação interior (7-12).

A) EXPLICAÇÃO:

            7. Os fariseus e saduceus eram dois grupos religiosos que dominavam nos dias de Cristo. Ambos os grupos afirmavam que eram os verdadeiros seguidores do judaísmo, mas suas crenças eram muito diferentes. Os fariseus tinham o respeito dos leigos de Israel. Em termos de doutrina, não se apegavam somente à Lei de Moisés, aos profetas e às Escrituras, mas também ao conjunto completo da tradição oral. Suas atividades se concentravam nas sinagogas. Os saduceus estavam ligados à casta sacerdotal, para quem a adoração estava centralizada no templo. Extremamente conservadores, suas crenças relacionavam-se essencialmente ao Pentateuco — os livros de Gênesis a Deuteronômio (At 23.6-10).
            7. Esses grupos aproximaram-se de João Batista levados especialmente pelo ciúme, pelo ódio e pela curiosidade, descendo para assistir ao espetáculo de um profeta moderno. Quanto tempo foi necessário para que manifestassem sua oposição a João, não sabemos dizer, mas o testemunho dos evangelhos é que, como um grupo, nunca aceitaram João como profeta.
            7. A expressão “vinham ao batismo” não implica, necessariamente, no sentido contra o batismo, conforme alguns interpretam, nem para serem batizados. Provavelmente vieram como espectadores.
            7. “Fugir da ira futura”. A referência provável foi ao costume que havia, de se queimar toda a erva daninha como preparação para o plantio. Naturalmente que quando o fogo começava, serpentes de muitos tipos eram postas em fuga. A visão das serpentes fugindo do fogo ilustrava bem a conduta dos fariseus e dos saduceus. A pregação de João Batista versava sobre a ira de Deus, não só em relação ao juízo comum, mas especialmente em relação à vinda do Messias.
            8. A fé e o arrependimento autênticos são acompanhados pela mudança de vida. E sem isso a confissão e o batismo não têm valor. Luc. 3:11-14 acrescenta detalhes a historia e ilustra os frutos do arrependimento como generosidade (oferecimento da roupa e da comida necessárias) a pessoas mais necessitadas; honestidade nomanuseio do dinheiro; tratamento misericordioso para com outros; respeito as autoridades e satisfação nas coisas materiais. Assim como o fruto e o produto característico da árvore, assim também a palavra aplicada aos homens indica o resultado característico da natureza. O arrependimento, pois, deve incluir a mudança da natureza, apesar do fato que a palavra, em si mesma, não significa tal coisa. Qualquer individuo pode realizar coisas boas; mas somente o homem convertido produz frutos por sua própria natureza.
            9. O orgulho religioso ensinado as crianças, que formam o elemento fundamental e indicam o estado e a posição privilegiados da nação de Israel. O que pensavam e que isso bastava para que recebesse qualquer bênção de Deus, inclusive a salvação.
            10. “Machado a raiz das árvores”. Sem duvida essas palavras foram usadas muitas vezes, por João para indicar que, apesar do fato do Messias vir da nação de Israel, cada arvore, cada individuo, deve apresentar as evidências (e a natureza transformada por trás dessas evidencias) de uma relação verdadeira com Deus.
            11. “Batizo com água”. Esse batismo era símbolo do arrependimento, e não o próprio arrependimento. Era algo que servia para atrair a atenção do povo, preparando-o e orientando-o para receber o batismo real. O batismo de Jesus Cristo, o ministério espiritual do Messias. Nesse ministério reside o poder real. A verdadeira vida que o batismo com água, ou seja, o ministério pessoal de João jamais poderia produzir.
            11. Cujas sandálias não sou digno de levar. Entre os deveres dos escravos havia esse de carregar e cuidar das sandálias de seus senhores. João dizia, com essas palavras, que ele mesmo não era digno de cumprir os deveres de escravo de Jesus. Lemos que esses deveres eram dados aos escravos dc classe mais vil, e que tal costume era conhecido e praticado entre os gregos, os romanos e os judeus. Portanto, João queria dizer que não ocupava nem a posição do mais vil escravo, em comparação com a gloria da posição de Jesus.
            12. “Ele vos batizará com o Espírito Santo e com fogo”. João convocava as pessoas ao arrependimento mediante o batismo nas águas, mas aquele que viria após ele era tão grandioso que traria a si mesmo todas as pessoas e as batizaria com o Espírito Santo. João sabia que o Reino que viria seria marcado pela grande atuação do Espírito Santo na vida das pessoas.
            12. Mas aqueles que o rejeitassem, Ele os batizaria com fogo, o que provavelmente é uma alegoria do juízo de Deus (Mt 3.10-12). Na Sua primeira vinda, Cristo batizou com o Espírito. Porém, quando vier novamente, Ele batizará com fogo. O significado de fogo aqui é controverso, mas pode ser entendido como uma expressão do juízo proclamado por Deus antes (Mt 3.10) e depois (Mt 3.12). Uma comparação cuidadosa de três passagens semelhantes (Mc 1.8; Lc 3.16; Jo 1.33) revela que o batismo com fogo é mencionado somente quando o juízo aparece antes no contexto.
           
C) APLICAR:
            A religião sem transformação interior produz corações iguais desses grupos religiosos do tempo de Jesus. A culpa não é da religião em si, pois todos nós somos religiosos. O problema é nosso próprio coração que se não estiver cheio da graça de Deus pervertemos tudo. Devemos ter cuidado para não nos tornarmos grandes religiosos, mas mesmo assim estarmos distantes de Deus.
            Aqueles que estão distantes de Deus já estão debaixo da ira Dele, mas existirá também uma ira futura. Uma ira que durará por toda a eternidade. Não há como fugir dela. Podemos correr, correr e correr.. Jamais conseguiremos fugir da ira de Deus se não nos agarramos aos pés de Jesus pela fé. Não devemos pensar que por fazer parte de uma igreja evangélica, isso me garantira o livramento da ira. Somente a fé verdadeira com o arrependimento verdadeiro em Jesus pode fazer isso.
            A partir do momento que cremos e nos arrependemos verdadeiramente, acompanhado por frutos, somos batizados com o Espírito Santo. O consolador enviado por Deus nos ajuda a chegarmos ao final de nossa vida crendo em Cristo. Não estamos de pé por nossas próprias forças. Deus é que nos sustenta. Perseveramos porque Deus nos faz perseverar.
            Mas os que não crerem serão julgados como dignos do batismo com fogo. Ou seja, condenação. Com fogo que nunca se apagará.

CONCLUSÃO:
            Não há o que fazer a não ser correr para os braços de Jesus. O que busquei fazer aqui durante este tempo que me foi dada a oportunidade foi preparar seu coração para o Messias. Precisamos nos arrepender dos nossos pecados. Precisamos viver de forma diferente. A questão não é querer ser melhor do que os outros, a questão é querer agradar a Deus. Quando chegar o grande dia final, a Bíblia diz que cada um de nós dará conta de si mesmo a Deus.
Mateus 25. 31 – 34, 41.

O que você vai dizer pra ele naquele dia? Ou melhor, o que você vai ouvir do Grande Juiz naquele dia? Vinde benditos de meu Pai para  ou afastai-vos de mim malditos para o fogo eterno?

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