quinta-feira, 17 de abril de 2014

Análise das Cartas de 1ª e 2ª João


 Introdução
O objetivo destas epístolas era escrever aos crentes daquelas igrejas para fortalecer-lhes a fé e encorajá-los a perseverarem na busca por mais conhecimento de Deus, tendo como destinatário um grupo específico de cristãos com os quais o autor tinha uma relação próxima. João escreveu para combater heresias, precocemente gnósticas, exortando os irmãos a terem cuidado com os falsos mestres e que os cristãos deveriam ser vigilantes, nem ao menos recebendo esses falsos mestres em suas casas. João ensina seus “filhos na fé” a verdadeira mensagem sobre Deus e Jesus, a fé verdadeira e o amor fraternal, o apóstolo os exorta a manterem-se firmes na verdade e na vivência do amor prático de uns para com os outros.

Autor e Data
Embora o escritor não tenha se identificado, temos o testemunho de alguns dos pais da igreja, como Clemente de Alexandria, Orígenes e Tertuliano que mencionaram João, filho de Zebedeu e apóstolo de Jesus Cristo como autor destas duas epístolas.
2ª e 3ª João foram escritos pelo mesmo autor sem sombra de dúvida. Elas usam a mesma linguagem. Na introdução trazem a mesma sentença: ho presbyteros.
Tal posição acima é contestada de várias maneiras. Hoje em dia não se defende mais a asserção de que estas epístolas de 2ª e 3ª João não é mais imitação dos escritos Joaninos, afirma a alta crítica.
Com isso se levantaram objeções muitos profundas acerca disso, contra a teoria de que 2ª João tenha sido escrita pelo mesmo autor de 3ª João. Dizia-se que 2ª João é uma epístola fictícia do catolicismo primitivo e dependente de 3ª João, e que, diversamente de 1ª João, o conceito de verdade em 2ª João não é dualista, porém indica antes uma doutrina correta em contraposição a falsas doutrinas, e que, conceitualmente, ela não pode harmonizar-se com 1ª João e 3ª João.
Contudo, há evidências internas muito fortes a respeito de que foi o apóstolo João o "discípulo que Jesus amava," filho de Zebedeu e irmão de Tiago escreveu o Evangelho e as epístolas joaninas.
Foram provavelmente escritas em Éfeso. A tradição situa a redação dessas epístolas nos últimos anos da vida de João, datando-as entre 80 a 95 d.C. a data precisa é desconhecida, porém estudiosos acreditam que João escreveu as epístolas após ter escrito o evangelho.
A datação das epístolas joaninas é determinada pela datação do Evangelho de João. Se o Evangelho foi escrito antes, se supõe que as epístolas são bem antigas também. O Evangelho de João foi escrito provavelmente em meados dos ano 70 d.C. (justamente por não existir evidências da destruição de Jerusalém) e mais tarde publicado em Éfeso, quando João residiu por lá. Apesar de existir autores que alegam que as epístolas foram escritas depois da perseguição no ano de 96 d.C. após a morte de Domiciano, quando a perseguição cessa e antes da perseguição de Trajano começar (110-117 d.C.).
Policarpo e possivelmente por Inácio (115) empurram a data para o primeiro século. A falta de reflexo de perseguição nas epístolas provavelmente se encaixaria melhor no período anterior a Domiciano. Portanto, conclui-se que estas epístolas de João foram escritas 70-90 ou derrepente na década 80-90 seria também bem provável.

Propósito
1ª Epístola de João
1)    Combater os erros doutrinários e éticos dos falsos profetas (2ª Pe 2.1-2) (Jd 1.8);
2)    Exortar seus filhos na fé a manter uma vida santa e em comunhão com Deus, com a verdade e justiça e cheios de alegria por servirem a Deus (1.4);
3)    Ter a certeza da vida eterna ( 5.13), mediante a fé e obediência a Jesus (4.15) (5.3) e (5.12);
4)    Pela habitação interior do Espírito Santo ( 5.20) ( 4.4 e 13).
A fé e a conduta estão fortemente entrelaçadas nessa carta, os falsos mestres a quem João chama de anticristo (2.18-20) apartaram-se do ensino apostólico sobre Cristo e da vida de retidão. Em 2 Pedro e Judas1, João refuta e condena com veemência esses falsos mestres com suas crenças e condutas destruidoras.
A carta de 1ª João expõe características da verdadeira comunhão com Deus e revela cinco evidencias especificas que o crente poderá ter certeza da vida eterna:
Ø   Primeira evidencia: A verdade apostólica a respeito  de Cristo;
Ø  Segunda evidencia: uma fé obediente que guarda os mandamentos de Cristo (2.3-11);
Ø  Terceira evidencia: um viver santo afastando-se do pecado para se ter uma comunhão com Deus (1.6-9), (2.3-6, 15,17 e 29);
Ø  Quarta evidencia: o amor de Deus e aos irmãos na fé (2.9-11) (3.10-11,14 e 16)ç
Ø  Quinta evidencia: o testemunho do espírito Santo no crente ( 2.20-27) 4.13).
Estas evidencias fazem com que a pessoa possa saber que tem a vida eterna. Está epistola define a vida Cristã empregando termos contrastantes e evitando todo e qualquer meio termo entre a Luz e as trevas, entre a verdade e a mentira, entre a justiça e o pecado, entre o amor e o ódio entre amar a Deus e amar o mundo.
A mensagem de 1ª João, fundamenta-se  quase que inteiramente no ensino apostólico e não na revelação anterior do Antigo Testamento. A carta focaliza a encarnação de Jesus na cruz sem mencionar sua ressurreição.

2ª Epístola de João
João escreve esta carta a fim de prevenir a “senhora eleita" contra os falsos mestres evangelistas e profetas que andavam pelas igrejas. Estes haviam abandonado os ensinos do evangelho e propagavam seus falsos ensinamentos, a destinatária desta carta não devia recebê-lo e nem dialogar com eles, assim como não auxiliá-los, para não contribuir na disseminação de seus erros doutrinários.
A figura de linguagem “a senhora eleita”  “aos filhos de sua Irmã" nos leva a crer que João estava se referindo a igreja local levando-se  em considerações os seguintes pontos:
Primeiro: João diz que essa senhora é amada não somente por ele, mas por todos os que conhecem a verdade. Observa-se que não se refere especificamente a uma pessoa.
Segundo: Embora a carta inicie o tratamento na 2ª pessoa do singular (teus filhos)v4, (peço-te) v5, e de repente muda para a 2ª pessoa do plural (ouvistes)v6, (perdestes)v8.
Terceiro: Quando João faz um apelo “que nos amemos  uns aos outros” v5, este apelo faz mais sentido quando dirigido a uma comunidade de crentes do que a uma mulher e aos seus filhos.


Plano do Livro (Esboço)
“Primeira João em seu plano, é mais sinfônica do que lógica, pois foi estruturada mais como um trecho musical do que como um esboço de debate”. Sua estrutura é objeto de debates, em grande parte porque João trata de vários temas e fica voltando a eles em contextos ligeiramente diferentes. Em se tratando da segunda epístola, o autor desenvolve os mesmos temas da primeira, só que bem resumido, pois a segunda e a terceira epístolas de João são os documentos mais curtos do Novo Testamento.

Primeira Epístola de João

I.              O prefácio (1.1-4)
João testemunhou a respeito da realidade da encarnação de Jesus Cristo, que ele tinha visto diretamente, na esperança que seus leitores reafirmassem essa verdade essencial do evangelho.
A.   A preexistência eterna do Verbo da Vida (1.1);
B.   A Manifestação Histórica (1.1,2);
C.   A Proclamação e Anuncio da vida eterna (1.2,3);
D.   A Comunhão e Alegria no Verbo (1.3,4).
II.            A mensagem Apostólica e Suas Implicações Morais (1.5 - 2.2)
C.H. Dood acha que o escritor está “aludindo do começo ao fim a certas máximas que eram empregadas como senhas pelos mestres heréticos”. Quer ele esteja citando realmente os lemas deles quer não, por certo está apresentando alguns dos seus ensinamentos perniciosos.
A. A negação de que o pecado rompe a nossa comunhão com Deus (1.6,7);
B. A negação de que existe pecado em nossa natureza (1.8,9);
C. A negação de que o pecado se mostra em nossa conduta (1.10-2.2).
III.           Primeira Aplicação das Provas (2.3-27)
A.   Obediência, ou a prova moral (2.3-6);
B.   Amor, ou a prova social (2.7-11);
C.   Digressão acerca da igreja (2.12-14);
D.   Digressão acerca do mundo (2.15-17);
E.   Fé, ou a prova doutrinária (2.18-27)
IV.          Segunda Aplicação das Provas (2.28-4.6)
A.   Uma elaboração da prova moral: Justiça (2.28-3.10);
B.   Uma elaboração da prova social: amor (3.11-18);
C.   Digressão acerca da segurança e do coração que acusa (3.19-24)
D.   Uma elaboração da prova doutrinaria: fé (4.1-6)
V.           Terceira Aplicação das Provas (4.7-5.5)
A.   Mais uma elaboração da prova social: amor (4.7-12);
B.   Combinação das provas doutrinaria e social (4.13-21);
C.   Combinação das três provas (5.1-5).
VI.          As três Testemunhas e a Nossa Conseqüente Segurança (5.6-17)
A.   As três testemunhas (5.6-12);
B.   A nossa conseqüente segurança (5.13-17).
VII.         Três Afirmações e uma Exortação para Concluir (5.18-21).

Segunda Epístola de João
I.              Saudação e Cumprimento (1-3);
II.            Elogio (4);
João elogiou os cristãos pela fidelidade deles.
III.           Exortação a Amar (5-6);
IV.          Advertência Contra o Falso Ensino (7-11);
Os falsos mestres negavam a encarnação de Cristo.
V.           Observação final e Despedida (12-13).

Características
Podemos observar algumas características marcantes das epístolas e da própria pessoa do autor, no caso da epístola em questão, o apóstolo João.
João não pertencia a nenhuma escola rabínica, At. 4.13; Mas isso não queria dizer que ele era “ignorante” quanto às questões das leis judaicas.
Os artistas o pintaram com a fisionomia muito singela, com feições até muito afeminadas. Porém ele e seu irmão eram conhecidos como Boanerges, que quer dizer: “filhos do trovão”, Mc. 3.17; Talvez por possuírem a tonalidade da voz muito grave. Apesar disto, em algumas circunstancias, usaram de Intolerância e Rispidez, Mc. 9.38 ; Lc. 9.54.
Passou a ultima parte de sua vida na região da Ásia Menor, em particular na cidade de Éfeso. JOÃO é conhecido como “O APÓSTOLO DO AMOR”, apesar de ser intolerante com Heresias.
O estilo literário de que João usa para escrever a sua epístola, é repetitivo, dada a tamanha preocupação do escritor quanto a nova onda que tenta invadir a igreja de Éfeso. O que João escreve em 1. Jo. 1.5–2.29, ele repete segunda vez em 3.1–4.6, e uma terceira vez em 4.7-5.12.
João não descreve quais eram as doutrinas, nem quem eram os causadores desses problemas. Mas pelas características do que escreve João em sua carta, começamos a ver as primeiras sombras do GNOSTICISMO e do UNICISMO.
Segundo os gnósticos, JESUS não teria tido um corpo de verdade, mas apenas um corpo aparente (docetismo); (doceta em grego) quer dizer aparente. Jesus teria então um corpo ilusório que não teria sido crucificado, ensino esse refutado por João – 1 Jo. 1.18-23.
Crêem os unicistas que Deus se manifestou como Pai no Antigo Testamento. Quando Jesus nasceu, manifestou-se como Filho. Após a ascensão de Jesus, Deus se manifestou como Espírito Santo (modalismo).
Jesus é o Pai. Ele não Pré-existiu como filho. Tornou-se filho ao nascer em Belém. Interpretam (João 1.1) como sendo Jesus somente uma idéia ou concepção na mente de Deus, antes de seu nascimento.
João define a vida eterna, em função de CRISTO. Ela só pode ser obtida mediante a fé em JESUS CRISTO e a comunhão com Ele (vv. 2,6,7; 2.22-25; 5.20).
Ele define a vida cristã empregando termos contrastantes e evitando todo e qualquer meio-termo entre luz e trevas, entre verdade e mentira, entre justiça e pecado, entre amor e ódio, entre amar a DEUS e amar ao mundo, entre filhos de DEUS e filhos do diabo, etc.
É importante ressaltar que este é o único escrito do NT que fala de JESUS como nosso “Advogado (gr. parakletos) para com o Pai”, quando o crente fiel peca (2.1,2; cf. Jo 14.16,17,26; 15.26; 16.7,8).
A mensagem de 1 João fundamenta-se quase que inteiramente no ensino apostólico, e não na revelação anterior do AT; não há claramente na carta referências às Escrituras do AT.
Visto tratar da cristologia, e ao mesmo tempo refutar determinada heresia, a carta focaliza a encarnação e o sangue de JESUS, sem mencionar especificamente a sua ressurreição.
Seu estilo é simples e reiterativo, à medida que João apresenta certos termos principais, como “luz”, “verdade”, “crer”, “permanecer”, “conhecer”, “amor”, “justiça”, “testemunho”, “nascido de DEUS” e “vida eterna”.
Existem grandes semelhanças entre e o Evangelho de Jo e 1Jo. O tom da epístola é amigável e paterna, refletindo a autoridade que a idade e o apostolado trazem. O estilo é informal e pessoal, revelando o relacionamento íntimo do apostolo com DEUS e com o povo de DEUS.
O mentiroso e o verdadeiro precisam ser identificados. Essa é a missão de João em sua primeira epístola. O autor ajuda a identificar os personagens do cenário e a situação dos próprios leitores no contexto da verdade e da mentira. O exemplo clássico utilizado é o de Caim e Abel (I Jo.3.11-12), representando dois grupos de pessoas que estavam dentro da igreja. O autor identifica quem está em comunhão com DEUS e quem não está. No quadro a seguir, listamos diversas expressões da epístola através das quais se traça uma linha divisória entre os dois grupos. Vamos chamá-los, alegoricamente, de "grupo de Abel" e "grupo de Caim".

Quadro de Comparação

"Grupo de Abel"
"Grupo de Caim"
Vida (1.1,2; 2.16,25; 3.14,15,16; 5.11,12,13,16,20)
Morte (3.14; 5.16-17)
Verdade – 1.6,8; 2.4,5,8,21,27; 3.18,19; 4.6; 5.7,20. 
Mentira – 1.6,10; 2.4,21,22,27; 4.20; 5.10
Erro – 4.6 Engano - 1.8; 2.26; 3.7
Verdadeiro (2.8,27; 5.20)
Falso ou mentiroso (2.22)
ESPÍRITO da verdade (4.6)
espírito do erro (4.6)
CRISTO (1.3, etc)
Anticristo (2.18,22)
Amor ao irmão (2.10)
Amor ao mundo (2.15)
Sofre ódio do mundo (3.13)
Ódio ao irmão (2.11; 3.15)
Luz - 1.5,7; 2.8,9, 10.
Trevas – 1.5,6; 2.8,9,11. 

É possível passar de um lado para o outro. Esse trânsito pode ser chamado conversão ou, no sentido contrário, apostasia. João disse que "passamos da morte para a vida." (3.14). E o seu cuidado era para que não acontecesse o processo contrário com alguns irmãos que, envolvidos pela heresia, pudessem passar da verdade para a mentira.




Bibliografia

TENNEY, Merril C. O Novo Testamento: Sua Origem e Análise. São Paulo, Shedd Publicações, 2008.
STOTT, John R.W. 1, 2 e 3 João: Introdução e Comentário. São Paulo, Vida Nova, 2011.
CARSON, Donald, MOO, Douglas, MORRIS, Leon. Introdução ao Novo Testamento. São Paulo, Vida Nova, 1997.
GENEBRA, Bíblia de Estudo. 2ª Edição Revisada e Ampliada. São Paulo, Cultura Cristã, 2009.

Resumo do Livro: Um Povo Chamado Batista


Neste texto será apresentado o resumo do livro “Um povo Chamado Batista” do pastor Zaqueu Moreira de Oliveira. Como o mesmo ressalta em sua apresentação, este livro surgiu como uma necessidade do povo batista em conhecer sua história. Conhecer de forma aprofundada e não superficial. O autor nos fornece, não somente um aspecto do surgimento dos batistas, mas todo o seu contexto histórico abordando desde o período anterior à reforma protestante até o momento do surgimento. Daí em diante o autor parte para a expansão dos batistas, com seus feitos e influência no mundo todo.
Apesar de o autor ter seu ponto de vista bem definido no livro, ele nos fornece também os outros pontos com suas argumentações para analise crítica dos seus leitores.


No primeiro capítulo do livro, o autor faz um apanhado de informações da história da igreja. No final do século XIII foi considerado o século áureo da igreja romana. Foi o tempo em que surgiu o escolasticismo com Tomás de Aquino e outros teólogos da igreja romana. Também houve concílios em que foi aumentado os poderes dos líderes romanos, especificamente, do papa. Mas após este período viria o pior para a igreja romana com o chamado cativeiro babilônico da igreja e o cisma papal. A partir daí a igreja romana foi se degradando cada vez mais, com uma moral baixa dos cleros e muitos escândalos, até por papas. Isso levou o povo a ter um desejo profundo e verdadeiro por reforma. Então nos séculos XIV e XV surgiram os primeiros reformadores, João Wycliffe, na Inglaterra e João Huss na Boêmia. Cada um deles teve seu papel fundamental para a reforma protestante com Martinho Lutero e os outros. Com a reforma protestante iniciada com Martinho Lutero, iniciou-se uma onda de reformas. Depois de Lutero, Zwinglio e Calvino, assim como dos anabatistas a da reforma Anglicana e seus dissidentes o mundo já não era o mesmo. Foram muitas as contribuições dos reformadores para as pessoas que careciam do conhecimento de Deus. E dessas contribuições os batistas também são herdeiros, conforme ressalta o autor.
No segundo capítulo o autor começa a trazer-nos uma luz sobre a história dos batistas a partir dos dissidentes originários da reforma anglicana. Segundo Zaqueu, embora esses dissidentes tivessem recebido influências dos remanescentes anabatistas, eles vieram diretamente dos separatistas ingleses. Conforme o autor nos mostra, existem três teorias sobre a origem doa batistas, a sucessionista ou JJJ, a da continuidade e a da providência. Após o autor relatar as três teorias e argumentar a favor da teoria da providência, ele começa a fazer um desenrolar do surgimento a partir da igreja separatista de John Smyth.  Um pastor anglicano que tornou-se puritano e mais tarde separatista. Uniu-se a Tomás Helwys um advogado desejoso pelas coisas concernentes a Deus. Após a grande perseguição fomentada por Tiago I, a congregação de John Smyth e Tomás Helwys emigraram para a Holanda onde havia liberdade religiosa para os protestantes. Smyth estudando a fundo as escrituras viu que o batismo infantil não era bíblico o que o levou a batizar-se e batizar toda a sua congregação. Houve uma discussão entre os dois líderes batistas que resultou na separação dos dois. Após a morte de Smyth um grupo uniu-se a Tomás Helwys e o mesmo se se tornou pastor. O autor ressalta bastante um dos princípios batistas mais nobres, a liberdade religiosa, uma bandeira que sempre foi levantada pelos batistas em todo o mundo. Tanto Smyth como Helwys defenderam este princípio e escreveram sobre. Os batistas, logo no seu início, tiveram uma divisão entre batistas gerais e particulares. Onde cada um deles tiveram suas contribuições para o crescimento do evangelho por meio dos batistas.
No terceiro capítulo o autor nos mostrando a expansão dos batistas, especificamente, na Inglaterra, valendo salientar as confissões de fé, e mais uma vez a luta por liberdade religiosa que foi outro fator positivo na atuação dos batistas na Inglaterra. Mas em um certo período de tempo houve uma acomodação tanto dos batistas gerais como dos particulares, em que deixaram a Grande Comissão de lado. Até que houve um avivamento que se espalhou pela Inglaterra e Estados Unidos e chegaram aos batistas. Foi aí que se levantou um jovem que foi um instrumento de Deus para o avivamento batista. Guilherme Carey e André Fuller que eram batistas particulares iniciaram o movimento de missões modernas e levantaram mais uma vez os batistas. A partir daí os batistas chegaram a várias partes do mundo, como o autor mostra no capítulo quatro os batistas nos Estados Unidos e inclusive no Brasil.
No capítulo cinco, o autor irá abordar o surgimento dos batistas no Brasil. Segundo o autor Zaqueu, do mesmo modo que houver confusão acerca do surgimento dos batistas no mundo, no Brasil também não foi diferente. O mais debatido é sobre a primeira igreja batista em solo brasileiro, uma briga entre São Paulo e Bahia, como as duas primeiras igrejas batistas do Brasil. Depois do autor abordar sobre os primeiros protestantes no Brasil, ele passa para os primeiros batistas o Brasil. Mesmo diante de muitas dificuldades, como a falta de missionários e pessoas capacitadas para falar o idioma do povo, os batistas brasileiros não desanimaram de pregar o evangelho para o povo brasileiro. Depois de muitas lutas, foram fundadas várias igrejas batistas, colégios, seminários Convenção e etc.
No último capítulo do livro, o autor lista os princípios batistas, separando-os em princípios básicos da reforma, princípios universais e princípios específicos da convenção batista brasileira.

Conclusão
A leitura deste livro é de grande valia para todos aqueles que querem realmente saber sobre a origem dos batistas de forma concreta e com bases históricas verdadeiras. Além de conhecer a origem em si, os leitores também são instigados a conhecerem o contexto histórico deste surgimento. Adquirindo assim, uma base sólida para seu conhecimento e consequentemente para defender sua fé no sentido institucional.



BIBLIOGRAFIA

OLIVEIRA, Zaqueu Moreira de . Um Povo Chamado Batista. Recife 2011. Editora Kairós. 2ª edição.